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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os números do Galo da Madrugada


Neste ano estivemos presentes no Galo da Madrugada, no último sábado (13). Conforme a prefeitura do Recife, era esperado o número de quase 2 milhões de pessoas no bloco que abre, oficialmente, o carnaval da capital pernambucana. Não é fácil descrer que ali cabe essa infinidade de foliões. Porém, por presenciar aquela grande festa, fomos assaltados por dúvidas quanto a esses números. Interessante é que, recentemente, Jodeval Duarte publicou em seu blog um post intitulado “Os milhões do Galo”, em que ele faz um breve desabafo acerca desta questão. Entretanto, transcreveremos o texto para que o leitor tire suas próprias conclusões:


Meu amigo Roberto Almeida me permita uma discordância: nunca aceitei que o Galo da Madrugada arrastasse tanta gente como ele diz no blog. Esse mundão de foliões foi invenção de Chico José, um dos melhores repórteres do Brasil, com certeza, mas também um chutador. Para "vender" o Galo à Rede Globo, ele começou dizendo que o Galo reunia 700 mil pessoas no centro do Recife. Nessa época eu trabalhava no jornalismo da Globo e já achava que era chute de Chico. Um ou dois anos depois ele passou para um milhão. A galera delirava: um milhão de pessoas nas ruas centrais do Recife! E só dava Galo na Globo. Saí da TV, trabalhei em jornal, sempre discordando desses números estupendos. Minha aritmética não batia: quatro pessoas por metro quadrado, para dar 400 mil pessoas, seriam necessários 100 mil metros quadrados, dez hectares, no centro do Recife. Para levar 400 mil pessoas para o centro todas as ruas de acesso estariam congestionadas. Se contarmos 50 pessoas por ônibus, nem toda frota do Recife levaria tanta gente quanto Chico desejaria. Mas ele insistiu e chegou a um milhão e meio. No dia seguinte, os jornais engoliam os números da Globo e jogavam na manchete de primeira página. Cheguei a brigar na redação contestando esse número absurdo. Um dia o editor-geral pediu a técnicos de medição que fossem fazer os cálculos e lá estava: eles chegaram à conclusão de que se todos os espaços imagináveis do centro por onde passa o Galo fossem ocupados, chegariam a 490 mil pessoas. Isso, no ano em que Chico falava em 1 milhão e meio! Deixei de lado minha discordância com os números incríveis que levavam toda a população do Recife e a de Olinda juntas para o centro da cidade - impossível - e quando morei no edifício Duarte Coelho, nono andar, fiz de minha janela um camarote do Galo. Nunca desci para a folia. Mas de lá de cima vi muito bem a ponte Duarte Coelho com o Galo gigantesco e muita gente. Matutei, calculei, e cheguei à conclusão de que duas mil pessoas lotariam a ponte. E tinha hora, mesmo quando o Galo se arrastava lá pela Rua do Sol, em que era possível rodar de bicicleta ou patins na ponte. Como, então, um milhão e meio de pessoas? Como um milhão? Sequer 500 mil?

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