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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Livro de poeta de Garanhuns é notícia no Diário de Pernambuco

Foi publicado na terça-feira (15) matéria sobre Helder Herik, poeta de nossa cidade, que recentemente publicou "As Plantas Crescem Latindo". O texto é escrito pela consagrada escritora Luzilá Gonçalves Ferreira, também de Garanhuns e residente em Recife há um bom tempo. Na ocasião, a escritora também fala de Weydson Barros Leal, outro poeta. Segue abaixo a matéria na íntegra:
Letras às Terças

Luzilá Gonçalves Ferreira

Dois poetas


Os dois livros trazem títulos intrigantes: As plantas crescem latindo, de Helder Herik e A quarta cruz, de Weydson Barros Leal. Weydson é recifense, tem vários livros publicados e é um estudioso da obra de Rimbaud. Helder é de Garanhuns, ensina Filosofia e Literatura, e foi um dos criadores do ótimo jornal ‘u-Carbureto’, ao lado de Paulo Gervais, Luzinette Laporte e Nivaldo Tenório, naquela cidade.

Dois livros, dois autores que levam a sério sua vocação de trabalhar as palavras, de desconstruir nossa banal visão de mundo, pensamentos e sentimentos, em nós depositados por leituras anteriores, pessoas, acontecimentos. Com a avó, Helder descobriu que as plantas falavam e essa descoberta o levou a um contato digamos mais verdadeiro com objetos e a questionar ideias recebidas. Em poemas curtos, ele nos surpreende, sensibiliza e não raro diverte: "não seja burro / seja diferente". Ou "um dia ela recebeu um buquê de flores (com abelha e tudo) agradeceu e foi para o quarto chorar a dor da florzinha cortada no talo." O livro de Weydson é de outro teor, como indica o título.O amor, o tempo que passa, a morte, que somos todos obrigados a olhar de frente, um dia ou outro, são abordados com melancolia, angústia, beleza. O silêncio da mesa vazia após a Santa Ceia, a solidão de Madalena reencontram nosso silêncio, nossa solidão, recuperados pelo poema, que é o "nome de cada coisa lembrada". Weydson, poeta e filósofo, escreve no poema A carta: "Seremos no fim, uma data / um nome sobre a pedra fria./ No tapete da terra, a carta / que se lê mas que não se envia".

Quando tanta bobagem vem sendo publicada no Brasil com o nome de poesia, com poetas que não sabem para onde vão e querem nos levar para lá, é uma esperança encontrar livros como esses de Helder e de Weydson. Que conseguimos ler até o fim, surpresos ou comovidos, sem tédio, e sem que nos ocorra a pergunta: Para quê?


Mais informações sobre o livro de Weydson: www.topbooks.com br
Sobre o livro de Helder:www.cronicasfraturadas.blogspot.com

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