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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

FHC e suas frustrações incontidas

Quem assistiu à entrevista do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (foto), na noite deste domingo (1º), no programa "De Frente com Gabi", do SBT, pôde confirmar a anta intelectuóide que é este sociólogo. É um camarada que se aproveita de sua formação acadêmica para desmerecer os de menos formação. E não se diga isso apenas pelos desnecessários e inoportunos ataques dele ao presidente Lula e ao PT. São reconhecidos alguns esforços que FHC fez para alavancar o progresso de nosso país, porém esbarrou em seu pedantismo e ausência de projetos ousados.

Na entrevista, afirmando que Lula “não tem preocupação intelectual”, Fernando Henrique atacou. Entretanto, todos sabem que, quando presidente, se preocupou tanto com sua intelectualidade que ia a outros países só para para negociar título de Doutor Honoris Causa. Coisa que Lula não sabe nem de que se trata e a ele já foram conferidos infinitos destes títulos à sua frente, sem sequer fazer questão de tê-los.

FHC provou, em seu governo à frente do Brasil, que não adianta ser Mestre, Doutor, Pós-doutor, PHD, o escambal, se não tiver sensibilidade e praticidade para gerir a esfera pública. Fernando Henrique, portador de mútuos conhecimentos no âmbito da ciência política, chegou ao governo federal com toneladas de teorias e na prática não conseguiu grandes feitos quando presidente da República. E isso o frustra. Como é que um torneiro mecânico, sem grau superior, consegue imprimir mudanças significativas da vida do povo brasileiro, e um catedrático, sociólogo, cientista político e consultor de órgãos do exterior não conseguiu?

É esta a resposta que buscam responder, principalmente, os cientistas políticos. Lula é um fenômeno que a própria ciência política o tem como delicado objeto de estudo. FHC na entrevista veiculada na noite do domingo passado, não externou outra coisa senão seu amargor de não ter tido a maciça aceitação dos brasileiros e realizado programas sociais que tivessem surtido efeitos na vida do brasileiro como o fez o filho de Garanhuns. A Fernando Henrique, cabe apenas o consolo de assistir encolhido o desfecho do que ele poderia ter feito e não fez. Ou pelo menos, ter aplicado o que sua riqueza intelectual lhe permitisse.

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