Anita da Mota Valença completa 98 anos

Atualmente a pessoa da família “Mota Valença” com idade mais avançada, Anita (foto) completou no último sábado (24), 98 anos de idade. Ela, que faz parte de uma família que muito contribuiu com Garanhuns e região, seja no âmbito da política, educação, cultura, religião, entre outros, é dona de uma disciplina existencial rara.

Nascida no ano de 1912, na cidade de Pesqueira (PE), mais precisamente na Fazenda Beiramar, Anita da Mota Valença foi trazida pelos seus pais a Garanhuns quando tinha apenas um ano de idade, haja vista a preocupação deles para com a educação de seus filhos. Garanhuns de então era referência na educação.

Aprendeu as primeiras letras num educandário que oferecia o que havia de melhor na educação formal no município. Sua infância e adolescência revelavam uma mulher de uma hombridade singular. Quando jovem, fez curso pedagógico no Colégio Santa Sofia. Terminado o curso, dedica-se a lecionar no Colégio Diocesano de Garanhuns. Dali acompanharia seus irmãos se destacarem também na cidade: Pe. Adelmar, como um gigante na educação; Amílcar, como vereador e depois prefeito de Garanhuns – para este último, era ela quem lhe redigia os discursos, conforme o próprio Amílcar (95 anos), nos revelou ainda neste mês.

Sempre muito presente na família, Anita não aderiu ao matrimônio. A marca de sua vida é a dedicação à educação, sendo uma das mais reconhecidas coordenadoras e educadoras do curso infantil do Diocesano de todos os tempos. Foi neste curso que ela educou nomes como Ivo Amaral, João Calado Borba e Cícero Ferreira Costa, por exemplo. Foram quase 50 anos lecionando.

Ainda morando em Garanhuns, na Rua Dr. José Mariano, Centro, “Madrinha Anita” vive de maneira tão serena quanto seus pássaros, os quais ela cuida com tamanho carinho, como se fossem criaturas saídas de seu ventre. “Vaqueirinho”, é seu canário mais velho, tem 12 anos. “Dunga”, é o canário que ela acabou de ganhar de presente. Ela também cria periquitos (foto).

Depois que se aposentou, vive quase que exclusivamente para seus pássaros, plantas, audição de músicas, atividades domésticas, registros da história de seus familiares, além de coisa que não abre mão: leitura e escrita. Aliás, quando perguntamos se ela gosta de ler, Anita responde perguntando: “E quem é que não gosta?” Por estas e outras, é indiscutível que Anita é um dos valores que nossa cidade tem. Desejamos à “Madrinha” mais anos e anos de vida!